sábado, 26 de setembro de 2009


RAMO DE PETRÓPOLIS

Findo o banimento da família imperial em 1922, D. Pedro de Alcantara voltou ao Brasil com seus familiares. Foi com ele que as autoridades brasileiras se entenderam a respeito das indenizações devidas aos bens particulares de sua família confiscados pela República.
Cumpre ressaltar que na época da suspensão do banimento, seu irmão D. Luiz, já havia morrido(1920) e que seu filho, D. Pedro Henrique tinha apenas treze anos.
O fato é que na Europa a projeção de D. Pedro de Alcantara fora naturalmente maior do que a do menino D. Pedro Henrique, no Brasil essa projeção só aumentou. D. Pedro de Alcantara era brasileiro nato, nascera e se criara no Brasil, e passava agora a viver no Palácio do Grão-Pará, em Petrópolis, onde ainda viviam tantos amigos de seu avô e pais.
D. Pedro Gastão, que sucedeu ao pai na chefia deste ramo, teve seis filhos: D. Pedro Carlos, Dona Maria da Glória, D. Manuel, D. Francisco. Seu irmão D. João tem um filho, D. João Henrique.
D. Pedro Gastão tinha boas relações com os circulos da vida pública brasileira, além é claro de suas relações pessoais e familiares no exterior.Foi tio do rei Juan Carlos, da Espanha, tio do Duque de Bragança pretendente ao trono de Portugal; cunhado do Conde de Paris, chefe da casa real francesa; e sogro do principe Alexandre, chefe da casa real da Sérvia.

sábado, 19 de setembro de 2009


RAMO DE VASSOURAS


Quando do levantamento do banimento da família imperial no Brasil (1922), D. Pedro Henrique tinha apenas treze anos e não teve condições de permanecer no Brasil. Só voltaria ao Brasil no final da segunda guerra mundial.
Sendo órfão e com apenas treze anos de idade, D. Pedro Henrique, apesar de também ter passado pelo Brasil em 1922, resolve voltar à Europa, o que muitos acreditam ser por razões financeiras, só voltando ao Brasil depois da guerra, já casado e com quatro filhos. Curiosamente D. Pedro Henrique registrou seu quatro primeiros filhos, D. Luiz, D. Eudes,D. Bertrand, e D. Isabel, como cidadãos franceses. Só muito mais tarde estes passaram a adotar a cidadania brasileira.

No seu retorno ao Brasil, instalou-se inicialmente no Palácio do Grão-Pará em Petrópolis, recebendo de um amigo doação de uma casa no Rio de Janeiro onde se instalou.
Após as pendências judiciais com seu primo D. Pedro Gastão em razão da Cia. Imobiliária de Petrópolis, tendo vencido o segundo, D. Pedro Henrique vendeu a casa no Rio de Janeiro, e com a ajuda de amigos comprou uma fazenda em Jacarezinho no Paraná.
Nesta fazenda nasceram seu outros oito filhos, num total de doze. Depois mudou-se para Vassouras, no Estado do Rio de Janeiro. Até a sua morte em 1981, D. Pedro Henrique reuniu a sua volta grande parte dos monarquistas brasileiros.
As dificuldades financeiras de D. Pedro Henrique ao longo de sua vida, fizeram com que este fosse ajudado por Plínio Correia de Oliveira, fundador da TFP, organização reacionária e de extrema direita.
Talvez como gratidão ao Dr. Plínio Correia de Oliveira, ingressou seu terceiro filho na entidade, D. Bertrand, tendo mais tarde o próprio D. Luiz ingressado nessa entidade.
Considerando-se válida a renúncia de D. Pedro de Alcântara, D. Luiz é considerado o herdeiro ao trono brasileiro, tornando-se chefe da Casa Imperial Brasileira.
D. Pedro Henrique, ainda na fazenda de Jacarezinho, reuniu seus filhos e os conclamou que dedicassem suas vidas ao restabelecimento da monarquia, fazendo um pedido especial a D. Luiz e D. Bertrand, que não se casassem para melhor se dedicarem a esta missão.
Os dois príncipes tem seguido as ordens paternas. A sucessão dinástica recairia assim em D. Antonio, casado com a princesa Cristine de Ligne, tem quatro filhos.
O fato é que a ligação dos príncipes com idéias e entidades ultra-reacionárias, fizeram com que este ramo caisse num total desprestígio na sociedade brasileira.
Fica assim criado um impasse, pois a legitimidade dinástica, não é somente essencial a monarquia, mas antes de tudo é a própria monarquia.
Segundo os defensores do ramo de Vassouras, D. Pedro Gastão e o ramo de Petrópolis estariam excluídos da sucessão.
Por outro lado, quando da restauração de uma monarquia, uma decisão constituinte inicial permite que se escolha um príncipe que não seja o sucessor natural e imediato do último monarca, desde que esta escolha se mantenha dentro da linha regular de sucessão, ou ao menos no âmbito da dinastia.
Outro aspecto a se considerar, é que o Diretório Monárquico Brasileiro, no início do século XX, entendeu a renúncia de D. Pedro de Alcântara prematura. Segundo o Diretório esta renúncia só precisaria ter acontecido, quando do restabelecimento da monarquia no Brasil, precisando ser homologada pelo Parlamento, nos termos da Constituição de 1824. O visconde de Ouro Preto, o Conselheiro João Alfredo e o Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira disseram isto explicitamente à princesa Isabel. Portanto, para muitos a renúncia não foi válida.
Quando do plebiscito de 1993, onde a população escolheria a forma e o sistema de governos, essa divisão no seio da Família Imperial brasileira, associada a questão de que um dos ramos tinha fortíssimas ligações com organizações de extrema direita, esvaziou o movimento. Não havia um candidato que representasse o ideal monárquico, e a luta entre os dois ramos pela questão da legitimidade afastou o cidadão daquilo que realmente mais interessava: a discussão sobre as vantagens de uma forma de governo sobre a outra.
Enquanto os monarquistas brigavam entre si, os republicanos presidencialistas se uniram, e passaram a defender a idéia de que o retorno a monarquia seria um retrocesso para o país. O fato de um dos ramos estar ligado a TFP foi amplamente divulgado e teve um efeito devastador no âmbito dos que estavam ainda em dúvida entre uma forma de governo e outra.
O deputado Cunha Bueno, um dos líderes do Movimento Parlamentar Monárquico, propôs uma reunião do dois ramos, que permitisse a formação de uma frente única com a apresentação de um único pretendente. Realizou-se essa reunião em Brasília em fins de 1992, na residência do Dr. Dario Abranches Viotti, juiz federal aposentado.
Nesta reunião Cunha Bueno levou a proposta que parecia ser a solução para todos os problemas: D. Pedro Gastão e seu descendentes renunciariam aos seus direitos de sucessão em favor de D. Antonio. Por outro lado D. Luiz e D. Bertrand renunciariam em favor de seu irmão.
A proposta não foi aceita e os resultado foi a derrota da causa monárquica no plebiscito.








sábado, 5 de setembro de 2009

A QUESTÃO DINÁSTICA







A QUESTÃO DINÁSTICA

Aquele que tiver interesse pela forma de governo monárquica e sua aplicação no Brasil, esbarrará em uma questão fundamental:
O golpe militar de 1889, quebrou a sucessão natual ao trono brasileiro. Restaurada a monarquia brasileira a quem caberia colocar a coroa e ser aclamado imperador do Brasil?
Há muitas controvérsias a este repeito. Tentaremos expor os dois principais ramos que aspiram ao trono brasileiro.
A princesa Isabel, herdeira pressumível ao trono brasileiro, com a morte de D. Pedro II, assumiria a chefia do Estado brasileiro, e possivelmente seria aclamada como Isabel I .
O fim abrupto da monarquia brasileira e a subseqüente expulsão da família imperia do Brasil, provocou a quebra da ordem natuaral na sucessão dinática.
D. Isabel e o conde d’Eu tiveram três filhos: Dom Pedro de Alcântara(1875), Dom Luiz(1878) e Dom Antonio(1881). Sendo que este último morreu solteiro em 1918.
Dom Pedro de Alcântara era o primeiro filho de D. Isabel e sendo filho do herdeiro pressumível ao trono brasileiro, recebia o título de príncipe do Gão-Pará. Pois este príncipe quis casar-se com a Condessa Da. Elisabeth Dobrzensky von Dobrzenicz, que não tinha ascendência real. Dona Elizabeth descendia de uma antiga família nobre da Boêmia e era filha do Barão João Wenzel.
A princesa Isabel, chefe da família imperial, cabia aprovar ou não o casamento. E ela não aprovou. Por que?
A Casa de Bragança, a que pertence a dinastia brasileira, era antiga e respeitada. Os Braganças reinavam em Portugal desde 1640. No Brasil a realidade era outra. O império tivera somente dois monarcas. Fortalecer os laços da família imperial brasileira com as grandes casas reinantes na Europa, parecia ser de suma importância para Dona Isabel. Temia que a Casa Imperial brasileira, passasse a ser considerada de segunda classe. Era importante, que o herdeiro do trono contraísse matrimônio numa família principesca de alto nível.
Pois muito bem, o príncipe D. Pedro, dada as circunstância em que se envolviam a questão de seu casamento resolve renunciar a seus direito ao trono brasileiro no dia 30 de outubro de 1908.
“Eu o príncipe Dom Pedro de Alcântara Luiz Philippe Maria Gastão Miguel Gabriel Raphael Gonzaga de Orleans e Bragança, tendo maduramente refletido, resolvi renunciar ao direito que pela Constituição do Império do Brasil promulgada a 25 de março de 1824 me compete a coroa do mesmo país.
Declaro pois que por minha muito livre e espontânea vontade, dele desisto pela presente renúncia, não só por mim, como por todos e cada um dos meus descendentes, a todo e qualquer direito que a dita Constituição nos confere à Coroa e trono brasileiros, o qual passará as linhas que sguirem a minha, conforme a ordem de sucessão estabelecida pelo Art. 117. Perante Deus prometo por mim e meus descendentes manter a presente declaração.
Canes, 30 de outubro de 1908.”
A renúncia do príncipe do Grão-Pará, causou mudanças profundas na ordem de sucessão ao trono brasileiro.
Ocorre que apesar da renúncia, surgiram dois ramos que chamam a si a legitimidade na sucessão ao trono do Brasil. Os dois ramos são denominados a saber:
A) ramo de Petrópolis
B) ramo de vassouras