Baile da ilha fiscal, os republicanos
distorceram os fatos em seu proveito.
ESCLARECENDO FATOS
Outra fanfarronada que os republicanos adoram espalhar por ai, é que no Império havia grandes despesas com festas suntuosas e gastos desnecessários com luxos e riquezas.
Particularmente o império brasileiro era bastante parcimonioso no tocante a grandes festas oficiais. Consta-se que D. Pedro II tenha oferecido três grandes festas em sua vida: a de sua aclamação, a de seu casamento e a da ilha fiscal. Esse baile da Ilha fiscal foi usado ad nauseam pelos republicanos como exemplo de esbajamentos do período imperial.
A chegada ao Rio de Janeiro de um navio da Marinha chilena, o encouraçado Almirante Cochrane, ensejou diversas solenidades para homenagear a oficialidade chilena. Estavam em jogo importantes interesses diplomáticos.
O Chile vencera o Peru e a Bolívia na guerra do Pacífico (1879-83), anexando o deserto do Atacama, rico em depósitos de nitratos. Esta política de expansão chilena vinha sendo duramente contestada pela Argentina, que por sua vez tencionava alargar suas fronteiras do lado brasileiro, reivindicando a posse da região de Palmas, no oeste do Paraná e Santa Catarina.
Assim,os oficiais chilenos serviam de pretexto para o governo imperial passar um recado ao governo argentino, de que a aproximação entre o Brasil e o Chile, representava uma nova composição de forças entre os paises sul americanos.
As homenagens teriam seu ponto alto em um baile na ilha fiscal programado para o dia 19 de outubro de 1889. Com a morte de D. Luís I, rei de Portugal, o baile foi adiado para o dia 9 de novembro. Calcula-se que quatro mil pessoas circularam pelos seis salões de dança, decorados com flores, onde se sobressaiam as cores das bandeiras do Brasil e do Chile.
O bufê, encomendado à tradicional Confeitaria Paschoal, na rua do Ouvidor, ocupava um pavilhão especial. Estava disposto em duas mesas enormes, com peças inteiras de caça e pesca. A festa só terminaria as cinco da manhã com uma grande queima de fogos.
Os republicanos não se cansam de explorar a suntuosidade do baile da ilha fiscal, e tomam-no como exemplo do desperdício e suntuosidades do império. Fazem crer que o comedido D. Pedro II fosse como um Luiz XIV, e que o Paço de São Cristóvão fosse uma Versalhes nos trópicos.
E por que tanta mentira ? Para que tentavam distorcer os fatos?
Não vemos outra explicação, que não a de encobrir seus próprios excessos. Tinham este defeito nefasto de jogar todos os defeitos e vícios nas costas dos outros. Eles não, eram puros e imaculados, e seus ideais estavam acima do bem e do mal. Será?
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